segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Diga ai você também!

Hoje eu vou protestar. Vou cutucar os homi!

Como vocês já sabem, eu não gostei daquele papo da Globo na maratona de São Paulo, quando o Cleber Machado disse “Ai na frente o pelotão de elite e logo atrás os atletas de fim de semana!”

Esse termo infeliz passa a impressão que qualquer um pode correr uma maratona. Sabe aquele cara que faz um churrasco, tomando várias caipirinhas, depois vai jogar aquela bolinha, cambaleando, tropeçando em todo mundo? Sim, esse mesmo cara, geralmente sem camisa e esbanjando uma bela pança vermelha do sol e com o cofre de fora, para o Cleber Machado, ele pode correr uma maratona.

Ora Cleber Machado, com tudo isso em vista, só falo que atleta de fim de semana é a sua avó!

E agora, inspirado no blog do meu amigo global Zé, onde ele mostra os torcedores do Bahia cantando o hino do time em outros lugares, eu lanço aqui a campanha “Atleta de fim de semana é a sua avó!” onde você vai enviar vídeos mostrando seus treinos durante a semana, Mostre os lugares bonitos onde você costuma dar suas passadas. De dia, de noite, na esteira, no parque, no clube, tanto faz o lugar, apenas mostre que você está correndo e mande seu recado para o Cleber.

Vamos aproveitar a Meia do Rio no domingo e enviar diversos email durante a transmissão para mostrar nosso protesto!

Araka!


segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Previsível?

Nesse tempo louco está cada vez mais difícil treinar. De um dia pro outro temos uma variação de 15 graus. Assim fica difícil fazer qualquer previsão.

Nos treinos a previsão também está sempre presente, em 4 variações: o esperado, o inesperado e o surpreendente. Sempre que um dos 3 não acontece, certamente teremos a quarta variação, a decepção.

No Brasileirão desse ano, o São Paulo estava em 15o lugar. Algo decepcionante. Mas de repente o inesperado aconteceu, o time começou a ganhar, foi ganhando posições, não perdia mais jogos até chegar a um surpreendente 2o lugar. Agora o time já se encontra onde é esperado, entre os 4 primeiros. Ou seja, em um mês o time passou pelas 4 variações.

Nessa semana teve o mundial de atletismo que gerou um grande ba-fá-fá. Pra ser sincero nunca tinha visto tantos comentários sobre atletismo. E quase todos sobre ele, o homem do ano, Usain Bolt. Certamente o nome dele foi mais comentado do que o de Phelps nas Olimpiadas, do acidente do Massa, dos shows do Roberto Carlos, do que os escândalos do Sarney, da Lipo do Ronaldo, enfim, em todos os lugares falavam dele. Bem, a lipo do Ronaldo vinha em segundo lugar.

Nos nossos treinos, quando o Cesar fala na pista “3 tiros de 3km”, primeiro o xingamos pra caramba (só pra não perder o costume) e depois pensamos nas seguintes hipóteses – 14:00 é o esperado. 13:45 é o inesperado e 13:30 é surpreendente. Qualquer tempo acima de 14 será decepcionante. Sempre procuraremos desculpas pra qualquer um dos resultados. Dormi mal, comi errado, bebi demais ou, ainda bem que acertei na comida, graças a Deus deu pra dormir cedo e por ai vai.

Quando fui para a Maratona, as minhas expectativas eram as seguintes: O esperado era terminar, o inesperado era para menos de 4:12 (média de 10km/h), o surpreendente abaixo de 4hs e a decepção era se eu paresse. Consegui um inesperado quase surpreendente 4;02. Pra mim foi ótimo, sai feliz da vida e até hoje foi a melhor corrida da minha vida.

Mas o que Bolt fez nessa semana foi mágica. Ele é descontraído, brinca com o mascote leão, aparenta bem relaxado, todo mundo que olha pra ele antes da largada não botá fé que ele vai ganhar.

Mas ai é que pra ele pesa ainda mais as 4 variações. A decepção seria se ele chegasse em 2o. O esperado é que ele vença a prova e o inesperado é que ele bata o record mundial e com tudo isso onde vai parar o surpreendente???

Bom, no caso dele, ele fez tudo isso novamente, só que nos 200m, onde não era favorito.

Araka!

domingo, 9 de agosto de 2009

Qual o andar mesmo?

Subida. Essa com certeza foi uma das piores invenções de Deus. Nunca vimos desenhos do Jardim do Eden com subidas, no paraíso não tem subida!

Eu odeio subida. Agora ainda mais. Meus treinos estão com muitas subidas. Intermináveis subidas. Longas subidas.

Mas ainda bem que para vencer essas malditas o homem inventou um monte de coisas, como teleféricos, escadas rolantes, bondes, escadas e uma que eu considero uma das maiores invenções do universo. O Elevador.

É, ele mesmo, aquela caixa Atlas ou Schindler que você entra para vencer em poucos segundos vários degraus que te derrotariam em muitos minutos. E melhor, sem cansar e nem suar.

Não é à toa que ele é o meio de transporte (é, ele é considerado um meio de transporte) mais utilizado, isso quer dizer que no mundo todo tem mais pessoas apertando o botão do que a buzina.

Outro dia, num desses feriados que tivemos, estava no interior e fui dar um trotezinho. Ali não existia mais de 4 metros plano. Mas foi um treino muito interessante. Começava com uma bela descida, depois os 4 metros planos e mais descida. Ai começou a chuva. Ainda bem! Que chuva! Ai elas apareceram. A primeira não era tão alta, uns 3 minutos e passei. Mais uns 400 metros de descida e outra subidinha leve. Ai acabou a estrada de terra e precisei voltar.

Ai complicou. As descidas viraram subidas.

Verdadeiras montanhas. Todas com variação na inclinação, nos buracos, nas pedras e no que mais puder te atrapalhar. Todas eram diferentes a cada metro. Como os elevadores. Já percebeu que não existem elevadores iguais? Começa pelo botão. Alguns mostram em que andar ele está, se está descendo ou subindo ou simplesmente acendem. Mas não confunda botão com buzina. No trânsito, quando você buzina o motorista da frente acorda e anda, já o elevador não virá mais rápido se você ficar apertando o botão sem parar.

Comecei a encarar a 1a numa boa, mas a 2a, foi difícil. Nisso passou um carro com o som muito alto. Era Ivete. Comecei a cantar junto “Poeira…Poeira, levantou poeira” e logo essa música mudou para “Pirambeeeiraahhh, Pirambeeeeeiraahhh, Lá vem Pi-ram-bei- ra!”. Depois disso as subidas ficaram mais leves.

Portas de correr, automáticas, com sensor, porta de madeira, de ferro, porta armada, enfim, são milhares de tipos de portas e sistemas de aberturas. Tudo sempre acompanhando o estilo arquitetônico da época e do edifício.

As subidas também entraram nos meus longos. No último sábado fui correr 20km na USP e adivinha qual era o percurso? 2 voltas de 10km, ou seja, 2 vezes a maldita Biologia.

Nunca subi essa desgraçada 2 vezes num dia. Estava com medo. Muito medo. Fui correndo com um amigo, que estava um pouco mais forte do que eu gostaria, mas estávamos num bom papo e o ritmo não estava me quebrando. Chegamos na monstra. Puxada na respiração e vamos pra cima. Sobe, sobe, sobe, respira e sobe mais um pouco. Terminada, vem o descidão, que dá pra relaxar um pouco. Na 2a volta eu iria sozinho. Ai tava o perigo. Sabia que não conseguiria os 51:27 da primeira volta. Mas perdendo 2 minutos estaria dentro do programado.

Se quando corremos com alguém pode ajudar o tempo da corrida passar mais rápido, dentro do elevador não sabemos muito o que fazer. Alguns são panorâmicos, dá pra aproveitar a vista durante a subida. Eu nunca vi, mas dizem que uns têm música. Música ruim, porque se fosse boa não existiria a expressão “música de elevador”. Tem também o Elemídia, que nos permite ver entre uma propaganda e outra uma notícia que gera um comentário e burburinho entre os seus passageiros. O espelho é sempre bem utlizado pra ver o visual e se tem um feijãozinho esquecido no dente.

Fui correndo bem e quando cheguei na Biologia lembrei da Ivete. E haja Ivete pra cantar! Nessa subida parecia que tinha uma lata de concreto nas minhas pernas. Ia subindo e xingando aquela 1a volta rápida e o Cesar, pra não perder o costume. Me achava o cara mais burro do mundo em ter saído forte. Foi quando eu olhei no relógio e vi que estava apenas 20 segundos mais lento do que a 1a volta.

Ai o treino mudou. Desci normal, peguei a água e mandei bala. Não olhei pros lados e encarei os últimos 3km com muita vontade. Parecia que descia da cobertura para a garagem sem paradas! Terminei a volta com incríveis 50:56. 15 segundos mais lento que minha melhor corrida de 10km. Essa no plano. E o treino total ficou em 1h42m23s.

A subida dentro de um treino ou corrida nunca passará desapercebida, sempre será a nossa pedra no sapato ou o pum dentro do elevador.

Araka!