quinta-feira, 28 de maio de 2009

O senhor está ficando sem paciência!

A palavra do mês é paciência. Nessa volta aos treinos eu realmente preciso de muita paciência. É difícil conviver com tempos bem mais altos do que estava acostumado.

Continuo correndo. Voltando bem devagar. A cada treino o cansaço vai diminuindo e a perna soltando. Mas ainda está tudo devagar... Agora parece que estou no kilômetro 10 da maratona. Tem que ter paciência, está tudo bem devagar....

Mas a paciência pra voltar a correr não é nada comparada com a paciência necessária para arrumar a internet em casa. Isso sim é devagar!

Eu tinha, ou ainda tenho, o Speedy. Cada vez que ele para de funcionar é um caos. Liga pro Speedy, tecle 1, tecle 8, tecle 532, cpf, cep, certificado de reservista e depois de meia hora e a paciência indo embora eles informam que o problema é do Terra. Liga pro Terra a mesma coisa e depois de 45 minutos e o problema é do Speedy. Liga novamente ao Speedy, opção 2, 4, 7, 2, 1, um momento… e nada… continuamos 3 dias sem internet, irritado e sem paciência.

Outro dia fiz um treino longo, pra 14km. Agora é curioso chamar o longo de 14km. Paciência! Isso há 2 meses era fichinha. Mas fiz esse longão pra incríveis 6:15/km! Para isso sim é preciso paciência. Nada contra esse tempo, é que quando eu poderia fazer um treino desse para 5:10, 5:00 /km, 6:15 é uma eternidade!

E com os consultores o papo vai indo, não sei como, mas cada vez que você liga lá eles passam uma informação nova ou um procedimento que você tem certeza que nunca viu.
Paciência é ficar ligando até alguém atender que saiba trabalhar com Macintosh. O mais engraçado disso tudo é que eles sempre acham que você trocou a configuração do computador. Vai no System Preferences e entra no TCP/IP PPO/e, ethernet, cable, airport, ah tá usando roteador? Mas isso ai não pode! Realmente me diga uma coisa, quem entra nessas coisas por acaso? Estava lendo um email, ouvindo uma música e quando eu vi, troquei o meu usário e TCP-IP. Tenha paciência!

Os treinos de pista continuam apenas como “rodagem”. Enquanto o pessoal tá nos 8 tiros de 500m, 1 de 3km, ou 2 de 1500 metros, eu continuo suando pra fazer os 25 minutos. Bem devagar e com paciência, é lógico.

Agora imagina se nossas corridas fossem organizadas pelas centrais de telemarketing. A largada pode estar acontecendo entre 8 e 14 horas. Mas fique tranquilo porque nossos técnicos vão estar interrompendo o trânsito e você terá tudo o que está sendo falado aqui. Água, gatorade, camiseta e medalha tudo isso já está sendo preparado e organizado pelos nossos consultores. O chip também vai estar funcionando perfeitamente. É que de repente ele pode ter alguma dificuldade momentânea e não marcar em alguns pontos. No final, durante a premiação no podium pode ser que trave o hino e um de nossos supervisores não apareça para a entrega da medalha.

Como você acha deve terminar essa corrida?

Araka!

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Depois dos 42....

Terminei a maratona, e agora?
Claro que vou continuar correndo.

Não é porque fui na melhor churrascaria do mundo que eu vou parar de comer carne! Ainda não virei vegetariano!

Com a corrida é igual, claro que vou continuar correndo e me gabando que já fiz a melhor corrida da minha vida! (pelo menos até agora).

Aposentadoria? Nem pensar! Isso sempre foi um hobby, não uma profissão.

Claro que as outras corridas não vão ter a mesma emoção, graça e empenho que teve a maratona, mas no final a gente acaba procurando outros desafios no meio delas. Ganhar de um amigo, baixar o tempo, conhecer novos lugares ou seja, sempre vamos ter um motivo pra correr.

Mas a volta aos treinos é pesada, dura, desgastante! Parece volta de feriado!

5 dias na praia, esquecendo da vida, curtindo pra caramba com os amigos e depois você lembra que tem a maldita Imigrantes pela frente.

10 dias depois da corrida, depois de ter viajado e passeado pra caramba, fui correr pela 1a vez. 6:45 da manhã – Parque do Ibirapuera. Saí aquecendo, bem devagar, muito devagar e conversando com todo mundo, contando como foi a prova, as dificuldades, os bons momentos, curiosidades... tudo aquilo que escrevi por aqui. Igualzinho a volta da praia, carro cheio, todos animados com o feriado e querendo chegar logo em casa! A viagem nem começou e queremos acreditar que ela vai ser rápida.

Depois fui soltar 20 minutos. Que sofrimento. Parecia que eu estava no km 40. Minhas pernas não andavam, se arrastavam. Fui tentar fazer a volta de 3km mas precisei de mais tempo. Nunca tive um treino tão sofrido. Alongamento depois? Piorou. Esticar a perna? Que perna? Não dava pra sentir mais nada. Sai de fininho.

Você já andou uns bons kilômetros e a Rio Santos te engana, ela está cheia mas o trânsito anda, um pouco mais devagar do que deveria.

No Sábado fui pra USP. Num horário mais descente, 9hs.
Tive uma sensação muito estranha. Estava sem gel, bcaa, não preparei a proteína para depois do treino. Ou seja, o tempo todo estava com a impressão de ter saído de casa sem carteira, celular ou chave. Parecia que estava correndo pelado!

Chegamos na Imigrantes. Agora começa o caos. Estrada parada. Caranguejos passam ao seu lado. Vendedores de água, coca, “salgado e doce” tomam conta do asfalto. Buzinas. Você olha pra frente e só vê carros parados. Mais buzina. Sem condições de continuar. Queremos voltar, mas não dá, não tem retorno.

Sai trotando bem leve com uns amigos. Saímos pra 8km. Mas dessa vez já estava um pouco melhor, parecia que estava no 37km. No meio de nossa longa volta de 8km, sugeri mudar pra volta de 6km, em resposta mudaram nosso treino e fomos desbravar a subida mais temida de São Paulo. Não, se você pensou na Brigadeiro ou na Min. Rocha Azevedo você nunca correu na USP! Foi a biologia mesmo. Uma “ladeirinha” de quase 1km que atormenta o sono de qualquer corredor. Quer deixar alguém mau humorado, manda ele correr a biologia!

Na subida, por razões mais do que óbvias o papo parou. Bem devagar vamos subindo, encarando o asfalto duro. Ao redor só mata. De vez enquando um louco passa por você. Quem está com 2 rodas tem um desempenho bem melhor que o seu, concentração total e vamos indo. Não agüentamos mais essa subida! Ela não termina! E como sobe! Agora dá pra ver o final, que continua não chegando. Pronto, reta, chegamos, subimos! A alegria voltou aos nossos rostos. A preocupação de quebrar e ficar por ali já passou. Todo mundo pensa nisso, mas ninguém fala para não “evocar os demônios”.

Agora falta pouco, mais da metade já foi.

Pros que estavam na Imigrantes, agora só mais uma reta, pista larga e trânsito de novo só lá na Bandeirantes.

Quem estava na Biologia sorri para a descida. Que maravilha! Solta a perna, deixa a gravidade te levar. A conversa até volta!

Continuamos com o treino e terminamos bem cansados, pelo menos num ótimo tempo. Papo em dia e próximos desafios e feriados traçados. Pelo menos pra alguns...

Araka!