domingo, 5 de julho de 2009

Que Meia!

Lavar a alma. Vocês conhecem bem essa expressão, não é? Ela sempre vem depois que perdemos alguma coisa, vamos mau em alguma prova, algo realmente imprevisível aconteceu, e temos uma chance de tentar novamente e vamos bem. Bem melhor do que era esperado na primeira vez.

No mesmo dia da Meia do Rio, jogaram Brasil e Estados Unidos pela final da Copa das Confederações. Brasil, como sempre forte candidato e Estados Unidos, como de costume, a grande zebra na África. Ninguém no mundo pensava que os EUA chegariam nessa final, como eu pensei que não chegaria no Rio.

Por vários motivos eu nunca achei que fosse correr nessa prova. Foram muitos treinos de recuperação, pouca dedicação fora dos treinos, muitos happy hours, pastéis e sorvetes, enfim, tudo o que eu me dediquei para a maratona eu chutei o balde pra essa Meia. Por tudo isso ficou óbvio que minha meta era apenas terminar, e que aqueles 32 segundos ficariam para outro dia.


Mas começou o jogo e a zebra apareceu bem forte. Na verdade 2 vezes forte. O Brasil não jogava nada e já perdia de 2 a 0. Como a seleção não anda numa boa fase todos já esperavam o pior.


Eu agora estou na Av. Tiradentes, indo para Guarulhos. Já andei incríveis 8km em 54 minutos. Ou seja, se estivesse correndo estaria 2 km na minha frente. Depois de muito tempo, embarquei num avião cheio de passageiros com máscaras e algumas tossidas ao fundo. A gripe suina estava nos pensamentos dos passageiros… tensão!

No intervalo o Dunga deve ter dado uma daquelas broncas das boas, deve ter xingado todo mundo, jogou a motivação lá pra cima. Os jogadores voltaram como se fosse outro time.


Sabadão dei um trote de leve no calçadão. A famosa “aclimatização”. Ali parecia mais o treino do Ibirapuera do que o Leblon. Encontrei muitos conhecidos, muitas pessoas que vejo treinando no parque mas não conheço. Estava em casa!


Domingão, acordei as 5:30, café, taxi e largada. Um pouco antes da largada, fui intimidado pelo Adilson, que não queria chegar atrás de mim por nada e falava “Aqui você não vai me passar não, se passar vou passar o rodo, e atirar pedra!” Esse era o clima da prova. Largamos juntos e já no 2km eu deixei ele ir na frente. Não queria que a zebra voltasse nesse ano. Fui seguindo o meu plano de prova e vi que estava um pouco mais forte, mas nada de anormal e que dava para ser controlado. Subidinha de leve e lá estávamos no Joá. Que visual! O mar inteiro visto lá de cima, com as ondas quebrando no paredão! Que coisa linda!

Nisso, em 1 minuto a seleção conseguiu fazer um gol. Já ficamos mais felizes. Pensamentos positivos e uma pequena esperança em ver o jogo melhorar. Um pouco depois e uma cabeçada certeira do Kaká, vimos a bola entrar. O juiz não. E o jogo segue com dificuldade pro Brasil e pra mim também. Cheguei na Niemeyer. Uma subidinha de leve (nada a ver com a Biologia e a Brigadeiro) mas ali estava no 5k e era uma subida longa. Ritmo mais lento mas nada que prejudicasse minha corrida. Leblon, Ipanema e Copacabana. Alguns Djs no caminho, aplausos da torcida, sol escondido. Tudo estava perfeito, até a seleção resolveu empatar. Um cruzamento, bate e rebate na área, defesa, trave, Luis Fabiano, cabeça e 2 a 2.

Cheguei no túnel de Copacabana. Ali eu quebrei no ano passado. Essa lembrança era muito forte. Leve tontura pela escuridão, bati umas palmas, uns gritos e vamBora que corrida só tem mais 5km.

Ai apareceu o Lucio. Jogou muito. Marcou, brigou com o juiz, dividiu, rachou, deu bico. Um gigante no jogo. Substituiu o Cafu, eterno capitão, a altura. E nada mais merecido do que ele mesmo dar a cabeçada certeira que decidiu o jogo. Decidiu a copa. Trouxe a Caneca! Fez o Brasil votar a encantar a torcida, desacreditada na seleção.

Esses 5k foram os mais tranquilos da prova. Tempo adminsitrado, passada firme, e a certeza que a zebra estava lá na Africa!
Cheguei no aterro e, ainda bem era só um pouco da ida. Vi a chegada, apertei o pé e cruzei a linha em incríveis 1:52:11.
8 minutos mais rápido que no ano passado.
6 minutos mais rápido que a minha melhor Meia.
15 minutos melhor do que eu achava que faria

4 minutos a mais do que o Cesar tinha programado para mim.

Se os “ISSI” apareceram, dessa vez foram ao meu favor e ai a gente não sabe e nem conta.
Uma prova perfeita. Sem erros, sem lamentações e muito marcante. E o que eu realmente sei é que dessa vez lá no Rio eu corri como a seleção e no final eu LAVEI A ALMA!

Araka!

OBS.: O Adilson foi bem, bem pra caramba, mas no final ele quebrou e terminou 15 segundos na minha frente. Infelizmente não o vi na reta final. Se tivesse visto teria tirado forças do além para ultrapassá-lo. Na minha foto da chegada eu consigo vê-lo em primeiro plano (ele é esse maior e eu estou de amarelo cruzando a linha) . Mas por outro lado foi muito bom, deixou uma brecha para voltar no ano que vem.





7 comentários:

Anônimo disse...

Parabens! Que todas as suas corridas sejam assim perfeitas...
Beijos,
Fê Sanna

Anônimo disse...

Doca,

Muitos, muitos parabéns!!!

Correr tão bem com os happy hours, pastéis e sorvetes que você não deixou de participar, comer e tomar dão um sabor ainda maior para o feito!

Abraço,

Fábio.

Edu Leite disse...

Boring!

Augusto disse...

Puxa! Parabéns mesmo pela corrida! As vezes a gente tira força e vontade nem sei de onde! Abraço!

Anônimo disse...

Em conclusao: uns sorvetinhos e dois pasteis nao fazem mal a ninguem! Adorei as fotos! :)

Gabi Araujo disse...

Parabééééns! Falei que você ia conseguir menos de 1:55 e ainda conseguiu 1:52!!! Isso que é superação!

Adilso Bachini disse...

Correção: vc não deixou eu ir na frente, eu "fui"!
O único objetivo dessa prova era não deixá-lo passar!
Realmente quebrei no final, mas se vc tentasse passar ia rolar um “Ultimate Fighter” na chegada...rsrs!
Vc mandou muito bem, por pouco eu não tomo um pedala na orelha, parabéns, excelente evolução!!!!!!
NY tá chegando...vou treinar na CIA, meus tempos e treinos serão “TOP SECRET”,
Valeu,
Abração