quarta-feira, 29 de julho de 2009

Aqui não tem tempo ruim

Ultimamente ela tem aparecido bastante nos treinos. Tem dias que você acorda e ela já está ali marcando presença. Em outros ela está ali enchendo o saco o dia todo. De vez enquando vem inesperadamente já no meio da corrida. Às vezes ela dá toda a pinta de que vai aparecer mas vai embora.

É, a chuva. Aquela água toda que cai do céu, tira a paciência dos motoristas, alaga ruas, destrói construções, e traz muita, muita vontade de ficar em casa embaixo de um cobertor e ver um filme à la Sessão da Tarde.

Sua presença é polêmica. Muitos a odeiam, alguns não ligam, mas poucos, diria até raros são os malucos que gostam dela. Eu sou um desses. Na verdade eu prefiro ela do que aquele sol de rachar na cuca.


Acho que é uma coisa que vem desde pequeno. Quando era criança e começava o toró, eu e o Ciro (que mora no meu prédio) descíamos correndo para jogar bola embaixo de verdadeiras chuvas torrenciais. Esses eram os melhores jogos com direito a peixinhos no jardim da frente.

O ruim é quando vamos começar a correr e já está chovendo. Sair da cama, sair de casa, sair do carro, sair do seco para entrar na chuva. Mas passados 5 minutos, depois de parar de tremer, com a camiseta pesando 5 kg e o tênis “cantando” Tchek Tchek a cada passada, você já acostuma e vai tirando a água que não para de escorrer no rosto.

O que atrapalha na verdade são as meias. Começam a ficar molhadas e ai é que mora o perigo. Bolhas. Ai meu Deus, como essas são malditas! Posso fazer uma comparação. As bolhas vão te incomodar durante a semana da mesma maneira que o famoso “braço de taxista” e a testa vermelha nos atrapalha depois de treinos ensolarados.

A chuva boa é aquela que vem na metade final do treino. Fraquinha, fininha, ela aparece depois de correr mais de 12km, ainda faltando uns 5, ela vem pra dar um refresco. Não chega a fazer poças no chão, a camiseta não pesa, o tênis não canta, só o rosto que molha bem e “limpa” todo o suor, dando uma virada no treino. Ah, e o melhor, ainda temos a desculpa da chuva para fugir do alongamento.

Nesse mês São Pedro resolveu trocar toda a água lá de cima. Não temos mais de 2 dias sem chuvas. Pior, estamos há 2 semanas chovendo praticamente todos os dias. Pros que não gostam da chuva, significa menos treinos, já pra mim… é tô treinando mais!

Araka!

segunda-feira, 20 de julho de 2009

A Nossa Prova - parte2

Olá a todos!
Pelo visto a Meia Boca de Buenos Aires vai ser um sucesso! Recebi várias inscrições e a expectativa está grande!

Seguem mais alguns dos inscritos!

Boa Prova pra gente!

Araka!














segunda-feira, 13 de julho de 2009

A Nossa Prova!

Quando vamos fazer nosso plano de metas para o ano, pensamos nas corridas que fizemos e queremos repetir, outras que ouvimos falar bem e as que nunca devemos nem pensar em nos inscrever. Muitas dessas corridas são boas, mas algumas são bem meia boca.

Uma corrida bem meia boca que fiz e, inclusive já comentei num post anterior, foi a Meia de Buenos Aires, em 2007. A fama da prova era ótima: temperatura perfeita – 10 graus, sem subida e grandes perspectivas de fazer um ótimo tempo, além da viagem que é sem comentários.

Mas em 2007 nada disso aconteceu. Fomos para a largada com incríveis 25 graus e a temperatura estava esquentando. Pra piorar, quando eu passei pelo 5km nada de água, apenas uns copinhos no chão. Achando que teria mais pra frente mas nada. Ainda bem que tinha um troquinho no bolso e consegui perder uns 3 minutos para comprar água. Isso lá pros 13km. Depois não vi mais nada. No final, a direção da prova ainda liberou o trânsito, ou seja, carros cruzavam a pista, andavam ao nosso lado, um caos total.

Em 2008 essa prova estava na lista das corridas para não voltar, não indicar e nem querer saber como foi. Não fui, mas me disseram que foi boa, Teve água, estava frio e sem carros.

Com essa nova informação, a prova voltou a me despertar interesse e estava na listinha das possíveis provas para o ano. Mas ai veio a notícia de que ela foi cancelada. Não, não foi por causa da grupe suina, mas sim por um encontro mundial que ocorrerá por lá e a falta de outras datas.

Outro dia estava na USP conversando com a Camila e o Cesar, que foram comigo em 2007 e, eu estava chateado com o cancelamento da prova, mas eles vieram com uma proposta fantástica:”Vamos correr lá mesmo assim! Nada vai ser diferente da que fizemos, não teremos água e o trânsito não estará fechado, se tivermos sorte vai estar frio!”

Adorei a idéia e resolvi evoluí-la um pouco. Já que a prova vai ser nossa, porque não adequar aos nossos gostos?

Vamos começar pelo nome, acredito que o nome mais adquedo seja “Meia Boca de Buenos Aires”

A camiseta seria a que a gente usa sempre, a “Amarelinha da MPR”, mas com uma faixa azul no peito, afinal é a Meia Boca.

A largada também terá modificações, sairemos as 9:30 e no sábado. Assim não tem que acordar tão cedo, curte o sábado e domingo inteiro. A largada também pode ser na frente do hotel mesmo. O mestre de cerimônia tem que ser alguém com a cara da corrida, alguém que a represente tão bem, seja símbolo na Argentina, muito conhecido no Brasil e que seja bem mequetrefe, bem pilantra. Nada melhor que Diego Armando Maradona. Morador de Buenos Aires, ídolo do Boca, “adorado” pelos brasileiros e alguém cuja as palavras passam confiança e credibilidade. Ah, e ele ainda poderá usar suas famosas espingardas para dar a largada.

Algumas ruas e praças serão incluidas na prova assim com algumas paradas nuns Havanas e Cafés, para repor as energias.

Ah, e como essa corrida é nossa (pelo amor de Deus, eu não tenho nada contra as empresas que apoiam as corridas, acho que essas empresas devem ser muito respeitadas e “consumidas” pelos corredores) a gente pode escolher nossos patrocionadores. Eu não gostaria de correr com o “Montevergine” em cima do meu número. Fiz algumas sugestões que seguem abaixo e um convite para vocês mandarem sugestões de números e patrocinadores que vocês gostariam de usar. Podem ser pessoas conhecidas também.

Araka!














domingo, 5 de julho de 2009

Que Meia!

Lavar a alma. Vocês conhecem bem essa expressão, não é? Ela sempre vem depois que perdemos alguma coisa, vamos mau em alguma prova, algo realmente imprevisível aconteceu, e temos uma chance de tentar novamente e vamos bem. Bem melhor do que era esperado na primeira vez.

No mesmo dia da Meia do Rio, jogaram Brasil e Estados Unidos pela final da Copa das Confederações. Brasil, como sempre forte candidato e Estados Unidos, como de costume, a grande zebra na África. Ninguém no mundo pensava que os EUA chegariam nessa final, como eu pensei que não chegaria no Rio.

Por vários motivos eu nunca achei que fosse correr nessa prova. Foram muitos treinos de recuperação, pouca dedicação fora dos treinos, muitos happy hours, pastéis e sorvetes, enfim, tudo o que eu me dediquei para a maratona eu chutei o balde pra essa Meia. Por tudo isso ficou óbvio que minha meta era apenas terminar, e que aqueles 32 segundos ficariam para outro dia.


Mas começou o jogo e a zebra apareceu bem forte. Na verdade 2 vezes forte. O Brasil não jogava nada e já perdia de 2 a 0. Como a seleção não anda numa boa fase todos já esperavam o pior.


Eu agora estou na Av. Tiradentes, indo para Guarulhos. Já andei incríveis 8km em 54 minutos. Ou seja, se estivesse correndo estaria 2 km na minha frente. Depois de muito tempo, embarquei num avião cheio de passageiros com máscaras e algumas tossidas ao fundo. A gripe suina estava nos pensamentos dos passageiros… tensão!

No intervalo o Dunga deve ter dado uma daquelas broncas das boas, deve ter xingado todo mundo, jogou a motivação lá pra cima. Os jogadores voltaram como se fosse outro time.


Sabadão dei um trote de leve no calçadão. A famosa “aclimatização”. Ali parecia mais o treino do Ibirapuera do que o Leblon. Encontrei muitos conhecidos, muitas pessoas que vejo treinando no parque mas não conheço. Estava em casa!


Domingão, acordei as 5:30, café, taxi e largada. Um pouco antes da largada, fui intimidado pelo Adilson, que não queria chegar atrás de mim por nada e falava “Aqui você não vai me passar não, se passar vou passar o rodo, e atirar pedra!” Esse era o clima da prova. Largamos juntos e já no 2km eu deixei ele ir na frente. Não queria que a zebra voltasse nesse ano. Fui seguindo o meu plano de prova e vi que estava um pouco mais forte, mas nada de anormal e que dava para ser controlado. Subidinha de leve e lá estávamos no Joá. Que visual! O mar inteiro visto lá de cima, com as ondas quebrando no paredão! Que coisa linda!

Nisso, em 1 minuto a seleção conseguiu fazer um gol. Já ficamos mais felizes. Pensamentos positivos e uma pequena esperança em ver o jogo melhorar. Um pouco depois e uma cabeçada certeira do Kaká, vimos a bola entrar. O juiz não. E o jogo segue com dificuldade pro Brasil e pra mim também. Cheguei na Niemeyer. Uma subidinha de leve (nada a ver com a Biologia e a Brigadeiro) mas ali estava no 5k e era uma subida longa. Ritmo mais lento mas nada que prejudicasse minha corrida. Leblon, Ipanema e Copacabana. Alguns Djs no caminho, aplausos da torcida, sol escondido. Tudo estava perfeito, até a seleção resolveu empatar. Um cruzamento, bate e rebate na área, defesa, trave, Luis Fabiano, cabeça e 2 a 2.

Cheguei no túnel de Copacabana. Ali eu quebrei no ano passado. Essa lembrança era muito forte. Leve tontura pela escuridão, bati umas palmas, uns gritos e vamBora que corrida só tem mais 5km.

Ai apareceu o Lucio. Jogou muito. Marcou, brigou com o juiz, dividiu, rachou, deu bico. Um gigante no jogo. Substituiu o Cafu, eterno capitão, a altura. E nada mais merecido do que ele mesmo dar a cabeçada certeira que decidiu o jogo. Decidiu a copa. Trouxe a Caneca! Fez o Brasil votar a encantar a torcida, desacreditada na seleção.

Esses 5k foram os mais tranquilos da prova. Tempo adminsitrado, passada firme, e a certeza que a zebra estava lá na Africa!
Cheguei no aterro e, ainda bem era só um pouco da ida. Vi a chegada, apertei o pé e cruzei a linha em incríveis 1:52:11.
8 minutos mais rápido que no ano passado.
6 minutos mais rápido que a minha melhor Meia.
15 minutos melhor do que eu achava que faria

4 minutos a mais do que o Cesar tinha programado para mim.

Se os “ISSI” apareceram, dessa vez foram ao meu favor e ai a gente não sabe e nem conta.
Uma prova perfeita. Sem erros, sem lamentações e muito marcante. E o que eu realmente sei é que dessa vez lá no Rio eu corri como a seleção e no final eu LAVEI A ALMA!

Araka!

OBS.: O Adilson foi bem, bem pra caramba, mas no final ele quebrou e terminou 15 segundos na minha frente. Infelizmente não o vi na reta final. Se tivesse visto teria tirado forças do além para ultrapassá-lo. Na minha foto da chegada eu consigo vê-lo em primeiro plano (ele é esse maior e eu estou de amarelo cruzando a linha) . Mas por outro lado foi muito bom, deixou uma brecha para voltar no ano que vem.