quinta-feira, 18 de março de 2010

Camiseta Runners

Fugindo um pouco do tema do meu blog, aproveito para colocar uma sugestão de camiseta para a prova da Runner´s. ( http://runnersworld.abril.com.br/blogs/correria/cor-camisa-224117_p.shtml )

segunda-feira, 8 de março de 2010

GPS - vilão ou amigo?

Se você é da minha geração ou já estava bem vivo nos meus tempos de garoto, você lembra como era difícil era abrir um pote de requeijão. Quantas facas eu não quebrei tentando tirar aquela tampa chumbada no copo? Aí veio um cidadão e inventou aquele plástico branco que vai no meio da tampa. Basta arrancar aquilo e PUFT ! Seu requeijão está pronto! Sem facas quebradas, os dedos não ficam mais vermelhos e doídos, tudo é uma benção!

A corrida sempre foi mais ou menos igual, tínhamos apenas tênis, shorts, camiseta e de vez em quando um G-SHOCK ou um Iron Man para marcar o tempo.

Com o passar dos anos, outros cidadãos também resolveram ajudar os corredores. Tecidos mais leves, que facilitam a evaporação, meias para o pé direito e esquerdo, tênis com amortecimento específico, tênis para pés com diferentes pisadas e isso sem falar na alimentação e nos suplementos. Outra benção nas pistas!

Nessa mesma época de guri, assistir televisão era bem diferente do que é hoje em dia. Quando precisava mudar de canal, era uma briga para ver quem levantava até a TV e girava a grande e pesada borboleta de canais "ploft, ploft" com tanta força que a tv, toda de madeira e com seus 50kg, tremia toda. A nossa sorte nessa época é que a TV marcava apenas 13 canais e deveriam ter uns 5 ou 6. Imagina o que era zapear nessa época? E sempre depois de desligada, ela ficava um foco de luz por uns minutos, até esfriar o tubo totalmente.

A evolução tecnológica nas pistas foi para os relógios. Timex e Polar dominaram a tecnologia nos anos 90 e nos idos dos anos 2000. Com suas surpreendente função de marcar os batimentos cardíacos, essa tecnologia aumentou a qualidade nos treinos.

Mas uma outra coisa veio para revolucionar ainda mais. Desde 2006 a coqueluche do momento nas pistas é o Garmin. Corredores, treinadores, palpiteiros, seja no Ibirapuera, na USP, no Parque do Povo, na Praia Grande, e até em Dubai todo mundo acha essa invenção a última sensação do momento. Ninguém acha um defeito nele, dizem coisas como "sensacional, bárbaro, bam-bam-bam" entre outros.

Para quem não conhece, o Garmin é um relógio com GPS, ou seja, ele consegue marcar sua velocidade em tempo real, marca a distância percorrida, altitude, batimentos cardíacos e ainda inventa um parceiro virtual para os mais solitários. O mais legal desse aparelhinho é que depois você consegue jogar tudo na internet e aparece no Google maps/earth o percurso que você fez.

É como as novas televisões. Plasma, LCD, LED, Full HD, 120, 240hz, entradas HDMI, enfim, uma porrada de funções para você ver e instalar o que quiser na televisão.

Como vocês acompanharam aqui no blog, eu fui treinando e colocando alguns tempos: 8km em 40minutos, 16km para 1:20 e por ai ia. Os malditos do Renato e do Ricardinho, que treinam comigo, me alertavam: "essa volta de 8km não tem 8km, a de 10km também é menor, a de 6km nem se fala". Mas para mim aquelas voltam sempre foram e sempre serão essas distâncias.

Depois que comecei a usar o tal do Garmin percebi que a profecia deles se concretizava. Foi um verdadeiro inferno descobrir que, o que sempre foi 8k era na verdade 7,6, e 10km era 9,8. Você deve estar achando que isso é uma frescura minha, mas não é. Isso muda muito, são mais ou menos 2 minutos a mais de corrida, para cada 10km, o que é muita coisa. Malditos!

Isso pra mim foi tão frustrante como ter 50 canais na TV mas quando você for assistir o filme, ele já está no final ou você perdeu metade dos capítulos do seriado, ou é como assistir a um jogo emocionante de golf. Ou seja, antes de ter o relógio ou a TV achávamos que teríamos mil opções, muitas alternativas, uma visão mais correta dos fatos, das distâncias, mas na verdade descobrimos a triste verdade que não queríamos enxergar.

Bom, depois dessa infeliz descoberta, eu perdi todo o meu referencial de tempos e distância. Por isso criei o "tempo real" e o "tempo moral" onde o moral era o que eu sempre fiz a vida toda e o real o tempo marcado pelo relógio.

Querendo ou não, hoje eu acho o Garmin tão eficiente como a TV a cabo, realmente eu preciso dos dois para relaxar e treinar, mesmo que em algumas vezes eu volte para suas origens, usando apenas o cronômetro e assistindo a Globo.

Pra aumentar minha raiva com o Garmin, na maratona ele marcou 42,700m ou seja, corri 500 metros a mais. Ou seja, meu tempo real foi 3:56:20 (média de 5:20) contra os 3:59:08 (média 5:40) do resultado oficial. E ai fica minha pergunta: nesse caso, posso usar o tempo moral?

Araka!