quarta-feira, 25 de março de 2009

A pista do Ibirapuera!

Nos dias de hoje todo mundo está preocupado com o meio ambiente. Procuramos produtos ecologicamente corretos, verificamos a emissão de gases, sabemos sobre a zona de convergência do Atlântico, alguns meios de reciclagem, enfim tudo pelo meio ambiente! Mas o que realmente está um pouco fora do controle das pessoas é a mudança de temperatura. Isso ai não dá pra controlar. É alguma coisa que você faz na sua casa, seu amigo faz no trânsito, a influência de um produto que você usa, enfim, ficamos de cabeça quente por vários motivos e muitas vezes no nosso dia a dia!

Como consequência, ficamos bravos, reclamamos, xingamos, esbravejamos, ficamos mau humorados. Em nossas conversas, falamos muito mais das coisas que nos irritam do que das coisas que nos agradam.

Embalado nessa visão, vou aproveitar esse espaço e reclamar um pouco.
Como esse blog é sobre meus treinos para a maratona, vou reclamar deles!

Quarta feira, 6:45 da manhã, Parque do Ibirapuera. Alongamento com bocejo. Mal conseguimos puxar a perna, esticar o braço, dobrar o joelho. Ainda pensamos na cama e nos perguntamos por que raios estamos ali.

Vamos pros 15 minutos de aquecimento, e o papo começa. Enquanto trotamos lentamente, vamos conversamos com os amigos que fizemos ali, sobre como andam os objetivos, as últimas provas, alguns treinos, a cerveja do sábado. Até ai essa é a melhor parte. Depois só vem bucha!


Marcos Paulo dá os recados da semana: Inscrições abertas, não jogue o copo no chão da USP, uma bronca em alguém que está conversando e na sequencia vem nossa sentença. Ele aponta e fala “vc 8, vc 10, 8, dez, doze, seis, dez…” no final vem a temida pergunta “alguém vai pra Paris?’ Poucos dedos são levantados e vem o veretido final “Dezesseis”. Essas são as quantidades de tiros de 400 metros.

Enquanto tomamos uma água e vamos para a largada ainda escutamos “os 2 primeiros mais leve, depois progressivo até a morte!” ou seja, estamos conscientemente nos matando! Temos uma leve idéia do tempo que queremos fazer. É nessa “água” que nosso tempo vai ser determinado. Olhamos para o lado e vemos quem está ao redor. Identificamos 3 tipos de corredores.
1- aqueles que um dia queremos chegar, nossa meta

2- aqueles que estão junto com a gente, um dia mais devagar outro mais rápido, que devem dividir os segundos, chegar junto.
3- aqueles que nunca estarão no mesmo ritmo (seja pra mais rápido ou devagar)


Após essa identificação, ficamos no visual e vamos pra morte! Um tiro mais rápido, outro mais devagar, indo no vácuo, abrindo uma distância maior enfim um verdadeiro rally começa. Enquanto isso ficamos tristes quando alguém mais lerdo nos passa, felizes quando passamos alguém mais rápido e embalados quando temos alguém nas mesmas passadas.

A maioria terminou, mas como tenho a maratona como meta, vem meu castigo, mais 4 solitários tiros.
Isso é engraçado, é contra todos os conceitos que aprendemos no colégio. Quando eu ia bem nas provas, eu ganhava benefícios, como o cartão, que me dava direito a não assistir algumas aulas. Se eu não fizesse a lição de casa, castigo, recuperação, mais aulas! Aqui é o contrário, corremos mais e melhor e temos como consequência, ou castigo, mais treinos. Quem não vai muito aos treinos, tem as séries mais leves, menos repetições. Ou seja, o “infrator” é beneficiado.

Terminada a série, escutamos a famosa frase “solta 10”. Sinceramente, depois de 16 tiros, soltar mais 10 minutos não dá. Poucas pessoas soltam depois do treino e todos tem quase a mesma resposta “já soltei” ou “ vou correndo pra casa” e nos encotramos no estacionamento.


Ai vem o alongamento! Outra sessão de tortura. Eu ainda sou da época que alongava na lona!
Geralmente estava atrasado e ia embora, mas nesse ano me dediquei muito a essa atividade. 10 minutos me esticando todo ajudou muito. Agora, quando estico a perna, minha mão finalmente encontrou meu pé!

Mais uma aguinha e vamos embora, reclamando pra variar, mas satisfeitos com o treino e ansioso para a próxima semana.

Queria terminar esse post não reclamando, mas agradecendo ao Kramer, um amigo meu que ilustrou a minha camiseta que vou usar na prova. Segue a foto do manto sagrado!


Araka!







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